Bem vindos ao Adelós-Dêlos!

Ponto de discussões filosóficas de ouvintes do Lógos, recolhedoras do aberto...

... porque o invisível (adelós) por vezes fica visível (dêlos), pela escuta do que se diz com uma palavra.



quarta-feira, 29 de outubro de 2008

O eterno problema

O eterno problema é que invertemos todos os princípios da política e infelizmente não mais a tratamos como coisa séria. Pensamos que ou tudo está perdido e não vale a pena falar, ou somos simpatizantes de partidos adeptos de ideologias massificadas. Inclusive os de esquerda, que por agregarem ideologias problemáticas, fazem seus adeptos caírem no erro do radicalismo vago.
A derrubada do sistema como alguns ainda insistem em querer, não é uma escolha, mas sim uma imposição tão precária como o sistema vigente, somos pouco eficazes em promover mudanças pequenas mas significativas. Como vamos então mudar o princípio de tudo em que estamos mergulhados? Queremos realmente mudar quando falamos em ideologias (diversas) ou apenas buscamos ser radicais adeptos das mudanças que nunca ocorrem?
Vamos sim buscar mudanças, mas mudanças pertinentes, coerentes e eficazes. Vamos buscar dentro da democracia a ruptura necessária, pois é só através de opinião, de pensamento particular que podemos ser nós mesmos. Ainda que essa mudança seja lenta é uma mudança válida. Vamos escolher nossos candidatos e não mais deixar que eles nos escolham, vamos ser mais participativos dentro de nossas possibilidades e fazer com que essas possibilidades se alarguem cada vez mais.
O que me preocupa, não é apenas a ignorância de muitos perante essa realidade, mas principalmente a ignorância da certeza burra, daquela que vem de fora e não de dentro. Votarmos nulo como forma de protesto é uma dessas certezas que fogem a verdadeira resolução do problema. Somos normalmente levados pelos “grupos” nos quais estamos inseridos e com isso nos isentamos da escolha mais importante, a de pensar por nós mesmos.
Não importam tanto assim os partidos, afinal é necessário (infelizmente) que cada candidato seja filiado a um partido para que possa concorrer a qualquer cargo público. Devemos, portanto, considerar a real concepção de política. Devemos dar os braços aos políticos que visam a política pela política. Ou como nos diria Platão, A POLÍTICA MESMA, pura em seus princípios, ética em sua ação.
Quero deixar claro que votar nulo não se trata do botão que apertamos na urna eleitoral, mas sim nos isentarmos da escolha da maneira que for, pois nos deixarmos levar por qualquer benefício próprio, não acompanharmos a campanha para que possamos fazer uma escolha consciente, escolhermos justificar a ausência do voto ao invés de comparecermos as urnas é nossa anulação de qualquer participação democrática.
Faço um apelo não apenas aos eleitores de pouco estudo que se deixam levar por promessas infundadas, discursos demagogos e medidas populistas, mas principalmente aos eleitores que se consideram letrados e possuem todas as condições sociais de fazerem sua escolha consciente, mas ainda assim optam pelo silêncio, pelo "protesto" do voto nulo, ou,pela renúncia de sua escolha. Vamos fazer de nossas posições, independente de quais forem elas, uma eterna possibilidade e não sua estagnação.

2 comentários:

Anônimo disse...

Acho que não tem jeito mesmo, Renata. Agente tenta, explica, conversa, mas parece que que ninguém está ligando.

Veja você que outro dia, conversando com uma amigo, surgiu o papo da democracia (juro que esta conversa não aconteceu num botequim!). Então ele soltou essa:
- Se o Tancredo não tivesse sido morto, a história seria outra. Por isso é que acho que ele foi assassinado, porque queria transformar o Brasil numa verdadeira democracia.

Eu não ri, porque é meu amigo. Mas simplesmente disse:

- O Tancredo apoiou a ditadura. O Sarney também. Não mudaria nada. Seria ainda um representante da mesma classe que é dona do Brasil há 500 anos.

As pessoas tem memória de barata. Talvez nada leiam. Talvez ache que opinião política é fruto de inspiração etílica. Talvez por isso só se debata política, entre a mairio das pessoas no Brasil, quando já se está para lá de Bagdá.

denis RJ disse...

Se o Cabral não tivesse descoberto o Brasil, a história seria outra... hahahaha muito bom!